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California Tears

Em setembro desse ano, completará três anos que embarquei para Los Angeles, Califórnia, para estudar um semestre em uma High School americana. Lógico, uma oportunidade incrível. Mas não, eu não convivi com cheerleaders e meninos malvados que jogam ponche na cara dos nerds. E, não, eu não morava em Hollywood nem em Beverly Hills. Mesmo assim foi uma experiência do caralho.

Eu não vou mentir: criei expectativas muito altas que acabaram não sendo totalmente correspondidas. Além disso, acredito que não fui na melhor época da minha vida. Eu costumo ser uma pessoa que assim que toma uma decisão, se entrega de cabeça. Já tinha morado em outro país e viajado sozinha, então estar fora do Brasil e sem a minha família não lá um grande problema. Olhando para trás, percebo que talvez tenha me fechado demais com minha host family e também sofri mais do que deveria - por uma paixãozinha da vida que tinha ficado aqui (sim, olha que rídicula hahah). E claro, viver em Los Angeles sem um carro era complicado. Hoje, sei que se voltasse agora para lá aproveitaria bem mais.



Vira e mexe, fico choramingando com saudades das coisas que eu vivi por lá, dos amigos que fiz e pela cidade em si, que é maravilhosa. Pensando nisso, imaginei que seria legal compartilhar com vocês as coisas que eu mais sinto falta da minha época de valley girl. Vamos lá?


1. Andar de ônibus

Nada chato pegar um ônibus e parar na Disney né?

Sim! Eu continuo andando de ônibus em São Paulo. Eu sei que você deve estar pensando "U-hul. Legal. Que grande bosta", mas andar de ônibus em Los Angeles era o meu único meio de locomoção. Eu morava no extremo norte de San Fernando Valley e para poder conhecer o restante da cidade precisava pegar os mais diversos ônibus. Inclusive, o ponto ficava meio longe da minha casa então minha host famíly me oferecia carona até lá algumas vezes, caso contrário eu andava umas meia horinha para chegar no ponto. Mas a distância nunca me desanimou: todo final de semana eu programava um lugar diferente para conhecer. As viagens costumavam demorar, de Sylmar (meu bairro) até West Hollywood, por exemplo, levava cerca de uma hora e meia e eu precisava trocar de ônibus (230 e 218 eram os dois ônibus que eu precisava pegar - guardo com carinho essa informação porque era meu programa predileto no fds e eu adorava a vista do 218). Uma coisa bacana em andar de ônibus é que você presta atenção nas pessoas: no 218 quase sempre eu tombava com uma senhora de quarenta e poucos anos que se vestia INTEIRINHA - dos pés a cabeça - de rosa. Ah! E eu quase sempre quase mijava nas calças: eu bebia tanta água durante o trajeto que chegava ao destino final super apertada. São tantas lembranças doidas que até fiquei meio triste quando entrei no site do transporte público para checar as informações.

2. Melrose Avenue, Fairfax Flea Market e The Grove

Esses eram os lugares que o 218 me deixava. Como eu amava a vibe de West Hollywood! Era tanta gente estilosa por metro quadrado que eu ficava até tonta. Melrose tem as lojas mais legais - e estranhas também - do mundo, e na esquina dela com a Fairfax tem um mercado de pulgas que era o meu xodó. Alguns quarteirões dali fica o The Grove, um shopping a céu aberto. Eu amava ir no The Grove só para ir no The Grove. Minha loja preferida com certeza era a livraria Barnes & Nobles. Com três andares só de livros, o último tem um starbucks e dá uma visão geral do shopping muito bacana, principalmente na época do natal em que ele fica todo decorado. Lá também está o Farmer's Market, uma feirinha com restaurantes das mais diversas culinárias, inclusive a brasileira. Vários famosos passeiam por lá. Na época, lembro que vi a Kylie Jenner com o Cody Simpson e a Jane Lynch, de Glee. Foi no The Grove que eu conheci minha musa Katy Perry - o lançamento do perfume Meow aconteceu lá e as 200 primeiras pessoas que comprassem o perfume teriam a oportunidade de conhecê-la.

The Grove

É claro que eu madruguei na fila. E madrugar em Los Angeles não é tão fácil como madrugar na cidade que você viveu a vida inteira com os pais. Como eu só conseguia me locomover pelos ônibus e pegar ônibus de madrugada em Los Angeles é tipo suicídio, dei 50 dólares prum conhecido da minha host family me deixar no The Grove umas três horas da manhã. O táxi daria tipo uns 120 dólares. Enfrentei um frio desgraçado só com um blazer e uma camisa de manga comprida. Fiz amizade com uma menina australiana na fila e com a mamis dela. Lembro que elas eram legais e eu combinei de visitá-las na Austrália, mas infelizmente não me recordo nem do nome delas hahaha. Só fui conhecer a Katy umas sete horas da noite.

Será que eu chorei?

AGORA UMA HISTÓRIA LEGAL:

Depois da euforia de conhecido a Katy Perry e tudo mais, eu precisava me concentrar em encontrar a minha mãe, que tinha acabado de chegar de viagem, e estaria no shopping me esperando. De lá, nós iámos para o hotel em que ela se hospedaria. Passou uma hora e nada da minha mãe aparecer. Comecei a chorar feito um bebê e uma outra mocinha que tava na fila da Katy foi me oferecer ajuda. Consegui ligar para minha mãe pelo telefone da menina e descobri que colocaram minha mãe no fim do mundo, em um hotel na beira da estrada. Por milagre de Deus, a menina, que ia voltar para San Francisco (se liga, Los Angeles - SF são seis horas de viagem) me ofereceu carona até o hotel que a minha mãe tava enfiada. Demorou tipo DUAS horas pra gente chegar onde minha mãe tava. Nunca vou esquecer da frase (óbvio que eu não decorei, mas foi alguma coisa tipo isso rsrs) que menina falou pra mim: "Não precisa agradecer. Eu fico feliz de fazer algo bom pelas pessoas. Na verdade, faça algo bom por alguém também, é assim que você pode retribuir o favor". OLHA ISSO. Que fofa. Ainda bem que a gente é amiga no face <3

Contei essa história com moral porque acho ela muito bonitinha hahaha fala sério, eu já posso fazer um filme.

Mais uma foto da musa no dia do lançamento do perfume


3. Dançar - The Rage

Eu fazia aula de dança no intercâmbio. Era aula de Hip Hop e eu era muito ruim HAHAHA Tudo bem que minha professora tinha minha idade, mas isso só serve para me humilhar ainda mais. Muito gente em Los Angeles começa a investir na carreira desde cedo. Tinha aula de hip hop para criança e você via criatura de três anos de idade fazendo dougie. As escolas de dança lá, na verdade, são companhias. A minha companhia era a The Rage. Olha essa apresentação deles:



4. Amigos

Os melhores amigos que fiz também eram intercambistas. Henrik, Flora e Franzi são da Alemanha, enquanto Stefania, da Itália. Nós vivíamos juntos pelo motivo óbvio de estarmos na mesma situação (ou seja, estrangeiros se sentindo estranhos em uma sociedade estranha hahah) e na mesma escola. Fomos todos pela mesma "companhia" e tínhamos a mesma orientadora de intercâmbio. Lanchavámos juntos, íamos ao cinemas juntos, convidavam a gente para as mesmas festas e saíamos quase sempre juntos nos finais de semana. Claro que cada um acabou fazendo alguns amigos "particulares", mas nós erámos o porto seguro um do outro. Eu morava na mesma casa - no mesmo quarto para ser exata - que a Franzi. A ste e a flora também moravam juntas, só o Henrik, por ser macho, que morava sozinho. Eu e ele até tentamos bolar um plano pra morar junto, mas não deu certo ahahahah a casa dele era incrível, tinha piscina e tudo.

Flora, eu, Stefania, Henrik e Franzi


5. Minha escola Perfoming Arts

Minha escola era diferente das demais. Ela não só tinha aulas básicas como física, história, matemática, língua estrangeira, etc como também as mais diversas aulas de arte como teatro, desenho, música, dança e por aí. Nosso horário deveria ser preenchido por no mínimo oito aulas: quatro das usuais e quatro de artes. Eu amava as aulas de teatro e dança - meus melhores amigos americanos estavam nessas aulas. Teatro era incrível porque muitos alunos dali realmente queriam ser atores. Galera fazia aula de teatro desde pequeninho e sonhava em estrelar uma filme hollywoodiano. Minha amiga Phoebe Shaw tinha se mudado com a mãe para LA justamente para tentar a carreira de atriz! Era muito bom estudar com pessoas determinadas assim. Inclusive, um menininho lá da escola fez A Origem. Legal né?

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